Passei quase todo o resto de minha vida, meio distante da igreja.
Como se não houvesse mais exemplos para que eu fosse habitualmente a um templo. Fui muito esporadicamente a uma missa ou outro evento qualquer. Sempre acreditando em Deus, entretanto distante de Cristo e da Igreja.
Dias atrás, entretanto liguei a TV e vi uma espécie de manto branco deslizando pela multidão. Era o Papa que visitava o Brasil. Quando vi seu carro preso em um engarrafamento estremeci pela sua segurança. Aos poucos fui me acalmando, quando vi seus braços, fora do automóvel, acenando para a multidão. Logo comecei a perceber que aquele para era um verdadeiro representante de Cristo. 0 Cristo que me ensinaram a amar e do qual eu tivera por longo tempo afastado.
Obrigado Papa Francisco por sua simplicidade. Por ter escolhido um carro popular, sem blindagem e ter andado pelas ruas com o vidro aberto! Pois foi exatamente assim que Cristo entrou em Jerusalém:
“No dia seguinte, a numerosa multidão que viera à festa, tendo ouvido que Jesus estava de caminho para Jerusalém, tomou ramos de palmeiras e saiu ao seu encontro, clamando: Hosana! Bendito o o que vem em nome do Senhor e que é Rei de Israel! E Jesus, tendo conseguido um jumentinho, montou-o, segundo está escrito: Não temas, filha de Sião, eis que o teu Rei aí vem, montado em um filho de jumenta”. – João 12:12-15
Depois disso, cada vez. que eu o via ou ouvia ficava mais claro a sua semelhança com Cristo e com o seu padroeiro São Francisco de Assis.
Quando indagado por um repórter se ele não sentia medo? Respondeu: Eu não tenho medo, sou um pouco inconsciente. Ninguém morre na véspera. Quando Deus me chamar irei tranquilo.
Por quê? Porque aqueles que se unem a Deus obtém três grandes privilégios: onipotência sem poder; embriaguez, sem vinho e vida sem morte”.
E assim foram se repetindo os exemplos. Corno o Santo não usou de toda pompa, dormiu em quarto simples, comeu junto com os outros padres e bispos… Ele disse – Eu não gosto da solidão!
Como é que os homens podem amar uns aos outros se não amam o Amor?
Senhor fazei de mim um instrumento de vossa paz.
São Francisco de Assis
Obrigado Papa Francisco por sua coragem.
Por incluir os filhos de mãe solteira no seio da igreja, reafirmando que ali é um templo e não um cartório.
Obrigado por respeitar os homossexuais.
São Francisco de Assis
Obrigado Papa… Pelo seu senso de humor, quando falou que o Papa era Argentino, mas Deus era Brasileiro! Por acreditar que os jovens devem ser contestadores, comentando sobre as manifestações no Brasil. Mas o meu maior obrigado é por sua santidade ter insistido constantemente em beijar, de maneira tão carinhosa, as nossas crianças. Sabe Deus quanto sacrifício essas mães fizeram para ficar próximas da sua paz e do seu caminho.
Vimos caírem de seus olhos algumas lágrimas quando um garoto de nove anos o abraçou, também chorando, dizendo que o seu sonho era um dia ser padre. O Brasil inteiro, nesse momento, chorou junto!
Depois dessa visita todos os lugares que frequentei, só ouvi uma voz… É um verdadeiro representante de Cristo.
Obrigado Papa Francisco. Por ter me aproximado novamente do Cristianismo!
Armando Sérgio da Silva
Professor, escritor, diretor teatral e ex-secretário de Educação e Cultura de Mogi
(Coluna Armando Sérgio – Revista Cidade Viva, Agosto de 2013)